Cirurgia da Mama

A estética e saúde da mama tem um papel importante na vida da mulher actual pelo que o aumento mamário com a utilização de implantes mamários é desde há alguns anos a cirurgia estética mais procurada pelas mulheres depois da lipoaspiração.



Como são os implantes mamários actuais?

Desde os anos 60 que são utilizados implantes mamários em gel de silicone e desde então já foram colocados milhões de implantes.Em cada ano nos EUA são operadas 400000 mulheres e destas apenas 100000 utilizam implantes para reconstrução mamária após tratamento cirúrgico de cancro de mama.

Ao longo dos últimos 25 anos foram feitos inúmeros estudos científicos que não encontraram nenhum tipo de associação de implantes de gel de silicone com o cancro da mama.

Por outro lado a evolução dos implantes de gel de silicone não foi apenas na sua composição com a produção e uso de gel de silicone mais resistente e com maior coesividade, mas também no seu invólucro ou capa com superfícies micro e nanotexturadas de forma a combater uma das complicações mais comuns que é o chamado encapsulamento mamário.



O que é o encapsulamento mamário?

O encapsulamento mamário ou formação de cápsula patológica, surge quando o organismo reage à presença do implante com a formação de uma cápsula fibrosa que por vezes aperta com muita firmeza deformando o implante e despertando dor.

O encapsulamento mamário pode ser definido em vários graus conforme a sua agressividade (I-IV) e em alguns casos pode ser necessário reoperar para remover a cápsula (parcial ou totalmente) devendo então se proceder à substituição dos implantes mamários.



Como sei se os implantes mamários não têm ruptura?

Habitualmente a rotura do implante é uma situação rara, e estatisticamente a probabilidade de rotura aumenta para os implantes antigos ou colocados há mais de 10 anos.

Na presença de dor na mama ou de sinais inflamatórias locais associados como o calor, rubor ou inchaço, poderá e deverá ser observada pelo seu cirurgião e eventualmente fazer estudos de ecografia ou ressonância magnética.



Que tipo de implantes mamários devo colocar?

Os implantes mamários de gel de silicone são os mais utilizados no mundo, existindo várias marcas comerciais e consequentemente diferentes tipos de implantes que apenas diferem na chamada coesividade do gel (baixa, média e alta coesividade) na sua composição ou no tipo de textura (lisa, micro ou nanotexturada) do invólucro ou capa do implante.

A grande evolução nos implantes na última década em termos de superfície, consistência e resistência à pressão permite que na actualidade se tenham menos complicações como uma menor incidência de pregueamento do implante, menos encapsulamento mamário e uma maior durabilidade assegurada.



Redondos ou anatómicos? Por onde e onde os devo colocar? Pela frente ou por trás do músculo peitoral?

A discussão de redondos e anatómicos é um tema actual que se mantém vivo pois em todo o mundo os resultados estéticos apresentados são semelhantes podendo se obter excelentes resultados com qualquer tipo de implante e o problema parece estar mais focado na experiência do cirurgião plástico e na decisão ou escolha de implante após observação do doente.

Os implantes mamários podem ser colocadas através do umbigo, pela axila, pela areola ou pelo sulco da mama, no entanto todas estas abordagens ao nível do corpo da mulher têm pontos a favor e desvantagens pelo que caso não tenha ainda uma opinião formada segura deverá questionar e dialogar com o seu cirurgião.

Da mesma forma o local onde irá ficar o seu implante (por trás ou pela frente do músculo peitoral) será também um tema para abordar no diálogo com o cirurgião pois os bons resultados existem de ambas as formas e a decisão terá que ser tomada caso a caso em função da sua actividade pessoal e profissional e do seu padrão mamário.



E o cancro da mama? O que é o BIA-ALCL?

Foram muitos anos de investigação cuidada e exaustiva que determinaram que não há maior incidência de cancro nas mulheres com implantes de gel de silicone e consequentemente não há nenhuma influência no aparecimento de cancro da mama.

O BIA-ALCL (Breast Implant Associated Anaplastic Large Cells Lymphoma) é um subtipo de linfoma que pode surgir à volta dos implantes, cujo aparecimento é muito raro (neste momento de 33 para 1 milhão) nas mulheres com implantes comparativamente à incidência de cancro (1:8) em mulheres (com ou sem implantes), permanecendo pois ainda desconhecida a razão do seu aparecimento e esta associação com os implantes.

Um grande número de casos foi diagnosticado 7-8 anos após a implantação, podendo no momento do diagnóstico os implantes encontrados no doente não serem já os originais. O tratamento consiste na remoção do implante e da cápsula e em alguns pacientes pode ter que se associar quimioterapia e radiação.

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